sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O NEGAGE E A GUERRA... DO BIAFRA

Numa Base da FAP, um avião ao serviço do
Conselho Mundial das Igrejas,
no transporte de ajuda para o BIAFRA
*
* Para quem julgue que os Militares são "apenas e tão só máquinas de matar", gostaria de recordar algo que se passou já há mais de 40 anos, decorriam as guerras no Ultramar então Português. Não tinham os Militares para estas guerras destacados os meios de subsistência capazes de proporcionar a cedência de parte dos mesmos a outros com iguais ou maiores carências, mas aquilo que acontecia no Biafra, com a morte de milhares de inocentes e a destruição total dos bens necessários à sobrevivência de outros inocentes, levou a que fossem disponibilizados todos os excedentes capazes de mitigar a fome e dar agasalho aos mártires do Biafra em guerra.
* Um dos eventos mais dramáticos e comoventes acontecidos em África foi a Guerra de Biafra, que chocou o mundo com suas imagens marcantes e comoventes de adultos e crianças em estado de extrema subnutrição, ou simplesmente mortas.
* O agente causador da guerra foi o choque entre dois grupos étnicos da Nigéria.
* Biafra foi o nome que tomou a Região Sudeste da Nigéria ao proclamar a sua independência em 30 de Maio de 1967 .
* A Nigéria havia-se tornado independente em 1960, foi formada pela reunião do povo Ibo com o povo Hausa. Os Ibos eram provenientes da província de Biafra, a leste do país, e formavam a elite da Nigéria. De uma forma geral eram eles que tinham os melhores empregos e os melhores salários. Num golpe de Estado, em 1966, um grupo de oficiais do exército da etnia Ibo tomou o poder. No entanto, num contragolpe, o novo governo foi derrubado e os Ibos passaram a ser objecto de caça, sendo massacrados no país inteiro. Aqueles que conseguiram escapar fugiram para a sua província de origem e aí declararam a sua independencia.
* A província de Biafra era muito rica em petróleo. Por tal motivo, o governo não aceitou a sua separação, certamente porque ests era a região mais rica do país... e eles não a queriam perder, pudera.
* Este facto veio a resultar na guerra civil que teve início em 1967, e terminou em 1970, morrerendo então, aproximadamente, um milhão de pessoas, na sua maioria da etnia dos Ibos. O Biafra rendeu-se... e foi novamente anexado ao território da Nigéria. Desde o fim da guerra civil, o país tem sido governado pelos militares, com uma administração pública que se encontra completamente dominada pela corrupção.
Os Militares Portugueses , no momento em que tantos se viram sem esperança de vida, esqueceram os seus próprios problemas e disseram SIM .

Por ocasião da Guerra do Biafra foram editadas notas como esta que nunca chegaram a circular.

O NEGAGE E A GUERRA... DO BIAFRA

O EXTERMÍNIO DE UM POVO...

O EXTERMÍNIO DE UM POVO...

" Militares do Biafra "...

...foi aquilo que aconteceu faz amanhã, dia 15 de Janeiro, 40 anos. Foi nesse dia que o Biafra deixou oficialmente de existir, quando foi reintegrado na Nigéria, depois de uma curta existência que foi de fins de Maio de 1967 a 15 de Janeiro de 1970.
Crianças - as maiores vítimas!

Os oito milhões de Ibos que viviam na região oriental da Nigéria, eram governados pelo Governador Provincial Chukwuemeka Odumegwu Ojukuwu, Coronel do Exército Nigeriano que declarou a independência daquela região em Maio de 1967. De imediato se abateu sobre aquele povo a repressão das Forças Armadas nigerianas, que começaram uma matança sistemática de militares e civis biafrenses, que eram massacrados de forma indiscriminada.
Navios de guerra da Nigéria fizeram um bloqueio que visava impedir o acesso a alimentos, medicamentos e armamento, o que motivou uma grave crise humanitária, que matava cerca de cinco mil biafrenses por dia, por causa da fome e da doença.
Poderá considerar-se que, logo a seguir ao Holocausto do Povo Judeu, a guerra do Biafra foi o maior desastre da humanidade, porque aconteceu o genocídio étnico sem precedentes de três milhões de Ibos, que eram cristãos e uma élite do País.
Já em 1966 tinha havido um golpe de estado, que foi abortado, levado a efeito por oficiais superiores das Forças Armadas Nigerianas, que também eram da mesma etnia Ibo.
Na repressão a esta tentativa de golpe os militares islâmicos da Nigéria massacraram cerca de 30 mil Ibos.

Vítimas na vala comum
Recordo o que foi o auxílio ao Biafra, porque muitos dos aviões que transportavam bens para aquele povo, oriundos de várias partes do mundo, faziam muitas das vezes escala no Negage. A imprensa internacional foi voz dos milhares de refugiados, especialmente das crianças esqueléticas, a morrerem por falta de alimentos... pois o petróleo que passava nos pipelines que o levavam cerca de 20% do crude da Nigéria para a Grã-Bretanha levou a que este País optasse por sacrificar as crianças biafrensess aos seus interesses comerciais, juntamente com o Egipto e a União Soviética. 40 anos após haver terminado o holocausto do Povo Ibo, depois da secessão ter sido abortada, apenas nos resta recordar o Biafra, que acabou como país mas vive na memória de muitos que sofreram com o sofrimento de um Povo que apenas foi massacrado por ser cristão e estar imbuído de um desejo de independência que era a todos os títulos justa. Um dia a história nos dirá o que foi a efémera existência de um País, uma capital (Enugu), um Povo (os Ibos), que acabou destruído pela intolerância dos outros povos nigerianos.
O Biafra chegou a emnitir moeda

O Biafra foi reconhecido pelo Gabão, Haiti, Costa do Marfim, Tanzânia e Zâmbia, havendo outras nações que, não reconhecendo oficialmente a independência, prestaram assistência ao Biafra, como foi o caso de Portugal, Israel, França, Rodésia, África do Sul ou o Vaticano. O Biafra recebeu ainda ajuda de diversas organizações não governamentais como a Joint Church Aid, a Holy Ghost Fathers of Ireland, a Caritas Internacional, a MarkPress ou a U.S. Catholic Relief Services.
Avião de transporte de auxílio ao Biafra

O EXTERMÍNIO DE UM POVO...