sexta-feira, 27 de julho de 2007

Atrocidades cometidas pela FNLA/Angola (1961)





















































Atrocidades da guerra colonial

Será possível esquecer
Estas fotografias chocam mesmo. Pela violência e pela crueldade dos assassínios - cometidos em 1961 pelos membros da UPA. Pela forma serena e quase sorridente com que os nossos soldados se deixaram fotografar frente a cabeças espetadas em paus ou corpos esventrados - com o mesmo ar com que posam para a fotografia de fim de curso.
Mas esta foi a realidade dos anos 60 em Angola. Compreenda-la é perceber melhor o que foi aquela guerra e não deixar esquecer aquilo que as guerras, sejam elas quais forem, fazem aos homens.
As fotografias que aqui mostramos nunca foram publicadas porque a censura nao deixou. Os horrores e violações flagrantes dos mais básicos direitos Humanos passaram-se no norte de Angola. São imagens da violência da guerra e, sobretudo, do terrorismo da guerra - na Fazenda Tabi, os membros da União dos Povos de Angola (UPA) liderada por Holden Roberto, mataram os administradores brancos a golpes de catana, e na Fazenda Cassoneca esventraram um soba (chefe de uma tribo) e mataram toda a sua família, porque se recusou a deixar de trabalhar para os brancos. Os negros que trabalhavam nas fazendas de café administradas por portugueses - um objectivo “militar” a atingir porque destruir a economia é uma das formas de vencer a guerra - e que eram identificados por usarem uma fita colorida á volta da cabeça, eram decapitados e as suas cabeças espetadas em paus.
Além de trabalharem para os brancos, os negros assassinados pertenciam a outras etnias. Eram originários do Sul de Angola e tinham sido trazidos propositadamente pelos colonizadores que os julgavam mais dóceis e facilmente domináveis do que os naturais do Norte.
Os soldados portugueses foram chamados a proteger estas áreas e era nessa função que aqui se encontravam. A sua expressão impassível revela bem que assistir a massacres deste tipo, contra civis, se tornou facilmente um hábito.
Numa guerra de guerrilha toda a população é o “inimigo”. E as tropas portuguesas não demoraram muito a utilizar os mesmos métodos, instigadas pelo treino que, depois, passaram a receber antes de embarcarem. Da preparação para a guerra constavam ainda slogans de conteúdo racista, que apresentavam indiscriminadamente, o “preto” como inimigo, música e canções guerreiras.
Estas histórias e as dos massacres cometidos pelas tropas portuguesas estão registadas em fotografias e filmes que estão na posse das chefias militares e de ex-combatentes da guerra colonial. Mas em Portugal, os poderes político e militar e a sociedade, de uma maneira geral, têm evitado discutir esta página negra do vida do país.
A APOIAR (Associação de Apoio aos ex-Combatentes Vítimas de Stress de Guerra) prepara-se para mandar a primeira pedra. Em Abril foi inaugurada uma exposição com material “tirado do baú”.
A violência alimenta a violência e é disso que são feitas as guerras.
Ao ver estas fotografias não é difícil perceber como funciona este ciclo de ódio.
In Notícias Magazine, diário Notícias 17 de Março de 1996

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Colocado por Victor Nogueira @ Segunda-feira, Julho 02, 2007

"A 13 de Abril, o Úcua, a pouco mais de uma centena de quilómetros da capital, sofre um assalto de terrível ferocidade. Mais vidas sacrificadas a uma sanha sanguinária, violenta de ódio habilmente cultivado, como se essa fosse a recompensa devida a muitos colonos que dedicaram uma vida inteira a melhorar a situação dos nativos (...). Numa das suas habituais visitas à Fazenda Luzia, uns dias antes dos acontecimentos em Luanda, um velho servidor seu avisara-o de que "não dormisse despido pois que nas sanzalas andava tudo muito mal, mas que nada dissesse para que os companheiros o não matassem". Acácio Cunha não dera ouvidos ao velho pois, como os demais, não acreditava que a paz e a franca convivência de anos fossem destruídas sem qualquer razão. No entanto, agora que o inacreditável aconteceu, graças à diligência daquele colono, as autoridades empreenderam uma rusga à região. Uns 640 bailundos, armados de catanas e paus, trabalhadores da fazenda, colaboraram na rusga, auxiliando o pelotão militar e os 20 civis da fazenda, armados. Dois dias depois da tropa regressar a Caxito, terminada a rusga, uma horda de bandidos assaltava o Úcua (...).
in
.http://pissarro.home.sapo.pt/

4 comentários:

Kialanda disse...

Infelizmente nas guerras morrem muita gente que são inocentes, as imagens apresentadas são chocantes, mas também precisamos ver as imagens da aviação portuguesa de 4 de Janeiro de 1961 na Baixa de Cassanje a fim de podermos tirar ilações quais de factos foram as mais terríveis.Excessos são cometidos em qualquer guerra. mas não é justo condenar somente uma parte quando o que esse povo sofre, nunca tinha sido tidos em conta senão quando isso aconteceu. Lamento terem morte inclusíve alguns autoctones mas a vida tem dessa coisa que ultrapassam a racionalidade.

Unknown disse...

Quanto aos excessos da população em cólera sobre o 15 de Março, acho que todo um sistema de escravatura e humiliação dos nativos praticado pelos colonialistas, em pleno Séc XX esteve na base de tudo, sem querer desculpabilizar os excessos. Que revolução não teve excessos neste mundo? Qual foi a resposta dos colonialistas sobre os camponeses da Baixa de Cassange em 4 de Janeiro de 1961 que se manifestaram de forma pacífica?
Massacres aos milhares, política de terra camada aviação com bombas de Napalma.
Depois dos acontecimentos do 15 de Março, um cidadão português ligado ao poder colonial vendo os excessos escreveu textualmente:"Estamos a correr o risco de ver em cada nativo um terrorista", já haviam sido assassinados pelo regime colonial mais de 25.000 angolanos em menos de um ano. Mais de 200.000 angolanos estavam refugiados na actual República Democrática do Congo. A política de terra queimada já havia balcanizado o Norte de Angola, aldeias inteiras queimadas com a aviação com bombas de Napalma, quantos angolanos foram queimados vimos? enterrados vivos, mortos com práticas de tortura como arranque das unhas?...
Numa altura em que já eram cedidas independências um pouco por toda África Angola vivia as mais ideondas práticas de humiliação. Reza na história de lua anti-colonial, que através da Cruz Vermelha Internacional que a FNLA liderada por Holden Roberto trocava prisioneiros com o exercito colonial, Rosa Coutinho foi prisioneiro da UPA...

Unknown disse...

Quanto aos excessos da população em cólera sobre o 15 de Março, acho que todo um sistema de escravatura e humiliação dos nativos praticado pelos colonialistas, em pleno Séc XX esteve na base de tudo, sem querer desculpabilizar os excessos. Que revolução não teve excessos neste mundo? Qual foi a resposta dos colonialistas sobre os camponeses da Baixa de Cassange em 4 de Janeiro de 1961 que se manifestaram de forma pacífica?
Massacres aos milhares, política de terra queimada aviação com bombas de Napalma.
Depois dos acontecimentos do 15 de Março, um cidadão português ligado ao poder colonial vendo os excessos escreveu textualmente:"Estamos a correr o risco de ver em cada nativo um terrorista", já haviam sido assassinados pelo regime colonial mais de 25.000 angolanos em menos de um ano. Mais de 200.000 angolanos estavam refugiados na actual República Democrática do Congo. A política de terra queimada já havia balcanizado o Norte de Angola, aldeias inteiras queimadas com a aviação com bombas de Napalma, quantos angolanos foram queimados vimos? enterrados vivos, mortos com práticas de tortura como arranque das unhas?...
Numa altura em que já eram cedidas independências um pouco por toda África Angola vivia as mais ideondas práticas de humiliação. Reza na história de lua anti-colonial, que através da Cruz Vermelha Internacional que a FNLA liderada por Holden Roberto trocava prisioneiros com o exercito colonial, Rosa Coutinho foi prisioneiro da UPA...

Unknown disse...

Relatório militar revela que tropas portuguesas participaram em decapitações
LUCINDA CANELAS e ISABEL SALEMA
16/12/2012 - 09:48
O relatório de um capitão prova que o Exército português participou em Angola numa "acção punitiva" em que "terroristas" foram decapitados. Havia testemunhos pessoais destas práticas, mas este é o primeiro documento escrito.

Há referências de atrocidades ideondas por parte do regime colonial, como o corte de cabeças dos nativos antes de 1961, basta investigar...